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Atualização Trabalhista

Bancos tornam-se o setor mais processado na Justiça do Trabalho

A crise econômica decorrente da Covid-19 fez as instituições financeiras se esforçarem para ampliar suas margens, cortando custos e se digitalizando. No fim das contas, isso levou a uma chuva de demissões.


De todo modo, a temporada de balanços do segundo trimestre de 2021 mostra que o lucro dos bancos segue em crescimento exponencial. O Itaú Unibanco lucrou R$ 7,5 bilhões, o Bradesco, R$ 6,319 bilhões, o Banco do Brasil, por sua vez, teve lucro de R$ 5,5 bilhões.


Levantamento exclusivo para o Monitor do Mercado feito pela DataLawyer, parceira da ConJur, empresa de dados de processos judiciais, aponta que os bancos comerciais se tornaram os principais alvos de ações trabalhistas durante a pandemia do novo coronavírus.


Quando levamos em conta o período anterior à pandemia, de janeiro de 2019 a janeiro de 2020, o setor mais processado na Justiça do Trabalho é o da construção civil, com 60,7 mil ações. Após a crise da Covid-19, a lista passou a ser encabeçada pelas instituições financeiras, que somam 45,5 mil processos trabalhistas entre junho de 2020 e junho de 2021.


O levantamento descarta os processos trabalhistas contra a administração pública em geral, que sempre é a primeira da lista de alvo das ações na Justiça do Trabalho, uma vez que o Estado é o maior empregador do país.


Para Alexandre Zavaglia, diretor da Finted Tech School, a pandemia acelerou a transformação digital de vários setores, especialmente no mercado financeiro. Segundo Zavaglia, "as pessoas deixaram ainda mais de ir às agências e de utilizar certos serviços, o que mudou o perfil das atividades das instituições financeiras e certamente impactou nesse fenômeno".


O número de processos trabalhistas contra as instituições financeiras neste ano reflete ainda o cenário vivido em 2020, já que os funcionários podem entrar com as ações até dois anos após a demissão. É comum que deem início ao processo ao não conseguirem uma recolocação no mercado.


Segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), no ano de início da pandemia de coronavírus, os cinco maiores bancos do país extinguiram 12,7 mil postos de trabalho.


Itaú, Bradesco, Santander e Caixa, juntos, fecharam 1.376 agências físicas só em 2020. O único a aumentar o número de agências foi o Banco do Brasil, mas o plano apresentado pelo banco para 2021 prevê a desativação de 112 agências.


Ranking jan. 2019 - jan.2020


Categoria / Número de ações


Administração pública em geral / 163.533


Construção de edifícios / 60.797


Limpeza em prédios e em domicílios / 47.466


Restaurantes e similares / 45.264


Atividades de vigilância e segurança privada / 44.883


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal, interestadual e internacional / 44.091


Bancos múltiplos, com carteira comercial / 39.386


Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgências / 35.683


Atividades de teleatendimento / 27.750


Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - supermercados / 25.653


Rankinkg jun.2020 - jun.2021


Categoria / Número de ações


Administração pública em geral / 136.972


Bancos múltiplos, com carteira comercial / 45.599


Construção de edifícios / 44.237


Atividades de vigilância e segurança privada / 41.885


Restaurantes e similares / 39.713


Limpeza em prédios e em domicílios / 39.622


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal, interestadual e internacional / 38.464


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal / 30.374


Atividades de teleatendimento / 28.962


Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgências / 28.460


Fonte: ConJur


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